segunda-feira, 23 de janeiro de 2012

IMPACTO FEMOROACETABULAR

     Primeiro artigo do ano!!! Hoje falaremos sobre mais uma lesão que ocorre com os ciclistas. Não é uma lesão tão comum porém se não tratada a tempo pode levar a um quadro incapacitante na prática do esporte. A lesão que abordo hoje é o Impacto Femoroacetabular (IFA).

     O quadril é a articulação que une os ossos da bacia e o fêmur, sendo mais conhecida como articulação coxo-femoral. As doenças que mais acomentem o quadril são a artrose, fraturas, síndrome do piriforme, tumores e também o IFA.

     O IFA é uma das causas de dor no quadril dos atletas e também um fator para o início precoce da osteoartrose no mesmo. O problema é diagnosticado quando se observa anormalidades ósseas no acetábulo ou na região da cabeça do fêmur.

     Existem dois tipos de impacto: CAM e PINCER.

CAM
     Se dá quando existe uma anormalidade na cabeça femoral e a mesma entra em contato com um acetábulo normal, geralmente durante a flexão e rotação interna do quadril.

PINCER
     Se dá quando a cabeça femoral entra em contato com um acetábulo retrovertido, fundo ou com anormalidade óssea.

     Sabe-se que as lesões condrais resultantes de um impacto PINCER são geralmente menos severas que um impacto CAM.

Queixa dos atletas
     A reclamação mais comum dos atletas que apresentam IFA é a dor anterior na virilha que aumenta com a flexão do quadril. Outras reclamações como dificuldade no momento de colocar os sapatos e meias, quando ficam muito tempo sentados e dificuldade para entrar e sair do carro também são observadas.
     No exame clínico a dor aguda na região da virilha é provocada quando o quadril é colocado a 90° de flexão e rodado internamente.
     A história completa, análise de marcha, força muscular e a amplitude de movimento devem ser avaliadas em todos os atletas.
Geralmente os exames solicitados são o Raio-x, a Ressonância Magnética e a Artroressonância magnética.

Na imagem acima podemos observar: (A)Radiografia frontal do Quadril; (B) em amarelo observa-se o ângulo acetabular e em vermelho o ângulo da diáfise do colo do fêmur; (C) em um quadril normal a linha do fundo do acetábulo, em preto, não ultrapassa medialmente a linha isquial, em vermelho; (D) no caso do acetábulo ser mais profundo (linha preta pontilhada)a linha do acetábulo ultrapassa a linha isquial; (E)no quadril normal a linha amarela (desenhado sobre a borda acetabular anterior) é medialmente projetada em relação a linha vermelha (borda posterior); (F) na retroversão acetabular há um intersecção entre as linhas, conhecido como "sinal do 8"; (G) em vermelho observa-se a junção do colo do femur e cabeça femoral de aspecto normal; (H) em vermelho observa-se a perda da concavidade habitual da junção do colo do fêmur e cabeça femoral, sendo um achado nos casos de Impacto tipo CAM.

Tratamento Cirúrgico
     Nos artigos pesquisados pouco se fala do tratamento conservador dessa patologia. Os resultados com fisioterapia não são tão eficazes quanto as cirurgias por se tratar de problemas ósseos e cartilagíneos.
      Existem dois tipos de cirurgias para o IFA: a Luxação Cirúrgica que consiste numa incisão para mostrar as estruturas danificadas e corrigir os eventuas problemas encontratos; e a Artroscopia sendo muito menos invasiva, porém, é uma técnica relativamento nova.

Reabilitação Pós Cirurgia
     Logo após a cirurgia o paciente já deverá iniciar os trabalhos de fisioterapia. O paciente é estimulado a trabalhar a amplitude de movimento para evitar adesões teciduais. Descarga de peso parcial no início e após 6 semanas descarga de peso total é permitida podendo ser extendido para 8 semanas. Não é permitida a abdução do quadril no início do tratamento como forma de proteção da articulação do quadril. Nos dois primeiros meses não é interessante  a realização de atividades com impacto para proteger o colo do fêmur.
Geralmente a reabilitação dura em torno de 3 a 6 meses.

Um artigo da British Journal of Hospital Medicine de 2009, mostra os resultados publicados sobre a cirurgia aberta do impacto femoroacetabular:

Beck et al (2004) - 19 quadris; 70% de resultados bons/excelente
Murphy et al (2004) - 23 quadris; 65% retornaram ao esporte
Bizzini et al (2007) - 4 quadris; 100% retornou ao esporte
Beaulé et al (2007) - 37 quadris; 82% de resultados bons/excelente
Espinosa et al (2006) - 35 quadris; 94% de resultados bons/excelentes.

É isso aí. Acho que deu pra ter uma idéia da lesão por Impacto Femoroacetabular. Qualquer dúvida é só entrar em contato pelo e-mail o2studiosaude@gmail.com

Espero ter ajudado a tirar as dúvidas sobre esse problema. Não deixem de mandar seus comentários e dicas de novos artigos.

Um grande abraço a todos!

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Contato: |19|3808.6495


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